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:)
Indicados ao Página de Ouro
Com muita alegria que anuncio as 3 indicações ao prêmio regional de arte e literatura da região. (Ressaltando o ganho do troféu de Jovem Destaque no Melhores do Ano do Jornal de Espinosa.)
- Melhor romance contemporâneo regional
- Melhor autor independente
- Melhor arte interior/diagramação.
Em breve, trarei novidades.
Trecho clicheríssimo.
Às vezes gosto de subir
no alto do telhado, somente para observar as nuvens. Quando eu era criança,
imaginava que todas elas eram na verdade fantasmas gorduchos que, de tão
brancos, tomavam formas diferentes com o passar das ventanias enviadas por
Deus. Com o tempo, fui percebendo que não era bem assim. Eu apenas colocava a
culpa na inocência de criança, quando, na verdade, sabia que a vida não era tão
maravilhosa como passar o dia inteiro em cima da casa pensando no quão a vida é
perfeita e sinuosamente clichê.
Outra coisa que gostava de pensar
quando me deitava no telhado era se havia mais de um mundo no mundo. Sim, que
complexo. Mas se formos parar para pensar podemos acabar nos questionando:
E se formos apenas um único grão no
meio de tantos e tantos outros?
O
que poderíamos fazer para nos diferenciarmos dos habitantes dos outros mundos?
Expandir a paz? Oh, a paz. Sinto-me numa
guerra ao pensar nisso, então evito pensar para não ficar atordoado.
Ligo o rádio e ponho-me a escutar uma música
sobre um lindo dia; o engraçado é que vivo em lindos dias, utópicos como qualquer
canção alegórica. Mas, e se um dia tiver de acordar e olhar para tudo com
outros olhos? A verdade é que eu já tinha acordado há muito tempo, só não
queria admitir. Voltei-me ao céu. As
nuvens desapareceram assim que os raios do sol penetraram-se na superfície
terrosa.
Estava no último ano do ensino
médio. Pensei em fazer filosofia, mas não havia me envolvido tanto nos estudos.
Não porque não quisesse, mas porque ainda estava em choque com o mundo. Os
professores me deram um tempo, ou tentaram me dar, mas eu estava disperso demais.
Tento rir da situação, e por mais ingênuo que eu seja, eu saberia, no fundo,
que pisei por toda a minha vida num tapete de espinhos.
Aquele dia foi um dia absolutamente normal,
como qualquer outro de primavera; eu faria dezessete anos brevemente, e isso me
dava náuseas. Aniversários são tão surpreendentes, pois a cada ano que você
ultrapassa é como se ganhasse uma medalha de honra, e eu ganhei a minha.
Honrado por viver por mais trezentos e sessenta e cinco dias, cinco horas,
quarenta e oito minutos e quarenta e oito segundos.
***
Fui
até o refeitório como de costume no intervalo. Sentei-me num dos bancos cor de
abóbora e retirei da mochila um livro, “O Sol é Para Todos”. Justamente por ter
visto em outros livros os protagonistas lerem-no. E, sinceramente, estava
gostando.
A
tia da refeição era um amor de pessoa. Com seu rabo de cavalo grisalho, ela
distribuía sorrisos. Muitas vezes era correspondida. Muitas vezes não. Esse era
o barato da coisa, porque quando se retribui um sorriso, você estará dando à
pessoa uma passagem para o seu coração, mesmo que não queira entrar de verdade.
Antigamente
eu sorria feito um louco, mas depois resolvi parar, justamente por começar a desgostar dos meus dentes.
Continuei sentado lá até que o sinal
do recreio batesse; sobretudo, queria continuar lendo, atônito, feito uma
estátua de bronze, ou de cobre, tanto faz. Tentava não olhar para grupo popular
da escola, que balburdiava do outro lado do refeitório. Uma vez eles caçoaram
dos meus óculos. Sim, eu me lembrava de cada momento: estava na fila da
refeição, e após pegá-la me sentei naquele mesmo banco. Uma das meninas tentou
chamar a minha atenção, pedindo emprestado os meus óculos para pôr a venda num
antiquário, em seguida eles riram, e eu me senti minúsculo como um grão,
levantei-me e fui de volta à sala de aula.
Naquele mesmo momento, a turma
popular estava lá, chamando a atenção como sempre. Eu juro que não entendo o
porquê de tantos risos. Sim, eles são amigos. Mas, são escandalizadores, e
querem os holofotes a si mesmos como se vivessem da fama que levavam. E eu só
levava da vida um pedacinho de reconhecimento por escrever peças para a escola
e nada mais. Passei por lá invisivelmente, e não pude deixar de escutar risos e
murmúrios. Evadi-me daqueles olhares aniquiladores.
Ficha Tecnica
Clichê - Não se Trata de Anjos
Autor: Marco Birkheuer
Editora: a definir.
Lançamento: a definir.
Páginas: 220*
Formato: 14x21
Tema: A família, o amor, e a sexualidade. P/ Jovens Adultos
Sinopse: Todos carregam uma história, a de Léo começa quando a da pequena Maria termina. Órfão, desamparado, e oprimido pela família, ele vê-se nutrindo um sentimento pelo universitário Edu. Ao longo de suas histórias, Léo esboça as veias de sua vida, e anjos começam a cair de seu céu, no entanto, não se tratam de anjos, tratam-se de nós mesmos.
Elenco: Rafael Ladeia, Victorya Devin, Ricardo Dias, e grande companhia.
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